segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Segunda Porta

Fiquei durante varias horas observando seu corpo. Enquanto caido na cama entre lençois e o travesseiro abraçado. Suaves são seus sonhos, enquanto a noite calma te aprisiona e mantem presa a fera que durante o dia, nunca se torna caça. As marcas em teu rosto escondem lagrimas de tuas batalhas. Uma aranha pequenina, agora de teia tecida, espera pelas presas num canto da porta. Nunca é tarde para olhar as estrelas, mesmo que o mundo mantenha por opção colectiva seus olhos trancados, nunca deixe que a vontade pereça. O nosso calor manteve quente o quarto, enquanto la fora o vento faz dançar arvores com seu canto quase que moldável, as feiticeiras conhecem o canto do coração. "Aqui tão perto um do outro poderiamos ter tudo", uma vez você me disse e enquanto eu sorria, seus olhos atravessavam a distância a cada instante. É me impossivel te tirar do meu ser. Encontrei me olhando teu rosto, mais uma vezes fecho meus olhos para nao te tocar, pchiu!! Não a acorde! As vontades agora percorrem minha mente! Dizer que a amo agora??? Parece tarde! Olhe para as estrelas, é sempre tão tarde! Teu corpo anuncia alterações no sono. O frio agora parece chegar de mansinho, como as andorinhas que uma a uma colocam conchinhas de barro na minha varanda. Cubro te teu corpo, o fino lençol agora te acomoda. Se ao menos eu podesse tocar. Já é tarde, ao olhar pela janela percebo que acordei em mais uma noite que estive tão perto, o calor no quarto não é so meu. Lá fora o mesmo vento que me levou continua sua dança, eterna dança de todas as noites. Cada arvore tem sua razão para dançar, e ao olhar para a noite, as estrelas estao no mesmo lugar.

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