segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Por Entre as Portas


Lábios

Em teus lábios vejo dor

De beijos roubados e mortos que escorregam pelo seu rosto.
Lágrimas que banham sua boca macia e quente
Fria como gelo que não derrete, pintada como aquarela infantil.
Num quadro amargo e colorido, belo e imprevisível.
Que dores que derramam, gotas acumuladas no coração
Caída, tantas vezes se levantou.
Mas agora chorar não leva para nenhum céu.
Tantas vezes você escondeu seus olhos e não quis olhar para frente
Tantas vezes você olhou para as mãos molhadas de secar.
Marcas que causavam dor.
Tantas tardes você esperou que alguém viesse
Te abraçar e te dizer que tudo acabou e te beijasse.
Quantas noites você sonhou que tudo era perfeito?
Até quando o pesadelo te dava sede e você acordava suada sem ninguém para te saciar.
Só as luzes das casas e as estrelas do céu piscavam para ti.
Dormi ou acordar, nos teus lábios ouço murmúrios de uma nova canção.
Meu peito arde e canta.
Teus lábios pintados parecendo um vulcão incandescente,
Indecente são meus olhos quando te olho.
Desejo, loucura, paixão?
Algo mais perto do principio entre o fútil e a tentação, entre o amor e a paixão.
Caminhando solitário, no céu, voando, pássaros.
Esquecer faz parte da razão.
Nos teus lábios vejo pequenos brilhos de solidão.
Como em teus olhos, porém mais belos e menos distantes.

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